SARAU DO BARRACÃO DA CULTURA – NESTE SÁBADO, 17 DE JUNHO!
Neste sábado, dia 17 de junho, a Secretaria Municipal de Cultura realizará o SARAU DO BARRACÃO DA CULTURA. Venha compartilhar sua arte!
Serão aceitas inscrições de apresentações com curta duração, das linguagens de música, dança, poesia, esquetes teatrais e circenses, e até exposições de artes visuais. É importante que as pessoas interessadas em participar cheguem cedo para realizar a inscrição.
O evento inicia às 16h e tem previsão de término para as 22h.
O Barracão da Cultura fica na rua Raimundo José Cervenka nº 36 – Clube de Campo – Mairiporã.
Além do tradicional “Microfone Aberto”, no cardápio cultural desta edição do SARAU DO BARRACÃO DA CULTURA, a cidade receberá 02 espetáculos teatrais que circulam pelo Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo, o PROAC. São eles:
# DESVENTURAS DE UM QUIXOTE EM TERRAS DE UM PAÍS QUALQUER OU NENHUM – abertura, às 16h. (Classificação indicativa LIVRE)
Desventuras de um Quixote nasce da vontade de explicitar temas urgentes em nossa sociedade, de questionar e refletir sobre marchas e movimentos, venham de onde vierem, criando assim uma ligação, uma comunicação, na busca de construir um diálogo real em tempos de monólogos virtuais.
O espetáculo foi levado para outra época por meio da estética steampunk, um subgênero de ficção cientifica, onde toda a tecnologia que conhecemos é movida a vapor e nasceu no século IX. Com seu visual retro futurista, suas engenhocas extravagantes e seu sistema monárquico, o espetáculo busca conduzir o espectador para uma viagem de fantasia e ficção a lugares estranhamente familiares, onde talvez as semelhanças não sejam mera coincidência.
O espetáculo se inspira nos ideais de cavaleiro de Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes, para questionar o papel que nos cabe enquanto cidadãos do corrompido reino de Quixote ou de países quaisquer ou nenhum.
A peça conta a história do recém nomeado cavaleiro Dom Quixote, um cidadão “impossibilitado” de enxergar a realidade que o cerca e que jurando lutar pelo bem e pelos mais fracos, vê monstros, perigos e problemas de relevância duvidosa. O Quixote de um país qualquer ou nenhum, não escolhe suas batalhas e seus inimigos, esses, lhe são colocados pelas forças que dominam o reino e que são reforçados por seus próprios “pré-conceitos”.
E é do seu encontro com Dulce, cidadã do mesmo reino, mãe e trabalhadora, que nasce a riqueza da jornada por esse reino estranho, onde público e privado se confundem e onde o poder é inimigo do empoderamento, repleto de perigos imaginários e conspirações reais.
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# NUM MOMENTO COMO ESTE?! após microfone aberto, às 20h. (Classificação indicativa 14 anos)
Inspirado no conto “Colóquio com Personagens I”, do italiano Luigi Pirandello (1867-1936), o monólogo trata da angústia da autora diante de um cenário de guerra que culmina com o envolvimento do seu filho com uma facção, impossibilitando-a de organizar seu universo criador. A presença e teimosia de algumas personagens, impedem-na de fugir à própria verdade e a escritura pirandelliana, longe de ser um tipo de fuga, torna-se uma reflexão sobre seu próprio processo criativo.
Com mais de 150 anos de seu nascimento, a obra de Pirandello continua a nos colocar em xeque sobre um tema cada vez menos abordado: a humanística. As teorias humanistas centram o seu estudo na particularidade de cada ser humano, na complexidade e singularidade de cada pessoa, nos seus motivos e interesses. O foco desta abordagem não está no ensino em si mesmo, mas na aprendizagem numa perspectiva de desenvolvimento da pessoa humana.
NUM MOMENTO COMO ESTE?! propõe uma abordagem expandida do espetáculo “Colóquio com os Personagens I”, que foi encenado pelo grupo em versão digital durante a pandemia de Covid-19. A peça trata da autocensura na criação, mais particularmente da voz da autora em relação às suas criaturas-personagens, por respeito a um momento particular da sua vida pessoal, que envolve a reflexão sobre diversas guerras externas que circundam o momento atual e a sua interna, referente ao envolvimento de seu filho com uma organização criminosa.
Nesta obra, Pirandello nos permite fazer uma divisão entre o eu da autora e os seus outros eus que ganham vida como interlocutoras de si mesma. Há a intenção de calar suas vozes criativas devido um momento trágico onde não é possível colocar a arte em primeiro plano. As personagens usam de sua autonomia e criam discursos metafóricos desmontando a ideia de separação da autora e faz uma ode à liberdade de criação artística.
Este monólogo ganha múltiplas representatividades, na medida em que a atriz Flávia Bertinelli, utiliza mascaramentos como dispositivos para travar diálogos entre a autora e personagens, multiplicando as várias possibilidades de vozes propostas pela dramaturgia.